Como se sabe, tudo evolui com o passar do tempo. Às vezes essa evolução é positiva, acrescentadora e trás consigo o progresso.
A ciência tem evoluído e transformado o mundo, ainda que
essa transformação não traga, obrigatoriamente, grandes desenvolvimentos ou, pior, em algumas
oportunidades faz a humanidade engatar marcha a ré.
Por causa da constante melhoria da qualidade de vida que a
evolução científica nos permite é que muitos endeusam essa evolução. Há os que o fazem de
forma bem intencionada. Acham que, se a ciência fala, todos devem calar-se e
aceitar o dito como lei a ser rigorosamente seguida.
Mas nem sempre é assim: primeiramente porque nem toda a
evolução científica é realmente benéfica. Segundo: mesmo sendo útil, muita
gente a usa de forma mal intencionada. Vamos pegar o caso da aviação: se os
aviões fossem usados apenas para transporte civil, socorro em catástrofes e
tantas outras aplicações benéficas, quantas vidas se teriam poupado nas guerras?
Com a Covid-19 houve um endeusamento dos ditames
alegadamente científicos a serem observados,
como se estes fossem, realmente, a única saída possível.
Baseados nisso muitos políticos espertinhos justificaram
suas atitudes, que nada tinham de científicas e, muitos menos, de sérias e bem-intencionadas.
Em raros casos era realmente a ciência que ditava as
decisões. Ou, até seria, mas uma ciência
barata, venal, interesseira e de variáveis critérios de acordo com o vento
soprante. A ciência do venha a mim o
Vosso Reino.
Se não, vejamos: o tal Dráuzio Varella, médico a serviço
duma determinada mídia, inicialmente afirmava que o uso de máscaras era inútil
e, até, perigoso. Semanas depois, miraculosamente, a máscara era indispensável,
segura, eficiente, eficaz, etc. E, em ambos os casos apresentava alegações,
supostamente científicas.
Aqui no Rio Grande do Sul o piá governador, alardeava aos
quatro ventos que todas as medidas tomadas e por tomar era guiadas por
critérios rigorosamente científicos.
E aí, cientificamente
enviou caminhões-frigoríficos, para receber os inumeráveis cadáveres de mortos
pela Covid-19, em Bagé, quando o surto iniciou-se naquela cidade. Científicamente as carretas ficaram
semanas por lá, sem nunca serem usadas, pois as poucas mortes por Covid
verificadas na cidade, surgiram bem
depois e abaixo das assustadoras previsões.
Restou aos motoristas
das carretas voltaram, agora empiricamente, para suas empresas. Claro, depois
de estas, faturarem cientificamente
um bom troco.
Ainda seguindo os critérios rigorosamente científicos, o jovem governador contratou empresa
para a produção e fornecimento de testes rápidos para detectar o contato humano
com o letalíssimo vírus. E, por ser uma decisão científica, a empresa escolhida foi uma agropecuária, parece que de
Pelotas, coincidentemente, terra do rapaz governante e do proprietário da
agropecuária.
Fique bem claro que os testes eram para humanos. Fique
claro, ainda, que dita agropecuária alterou seu ramo de atividade, em contrato ou registro comercial, apenas quinze dias antes de ser escolhida como
a feliz beneficiária duma compra envolvendo grandes somas.
Parece que depois,
cientificamente, para não se ver com a Justiça a agropecuária, agora
Laboratório Biomédico desistitiu de tal empreitada e , também obedecendo às normas científicas, evaporou-se, saiu do
ar e nunca mais se ouviu falar dela. Ou teria ressurgido, cientificamente alaranjada, com outra razão social?
O pior é que o desperdício do dinheiro suado do contribuinte,
nem de forma científica, nem
empiricamente foi reposto pela irresponsável atitude dos governantes
interessados em criar um clima de pavor entre a população.
E a gente se foi dando conta de que a apregoada e salvadora
ciência pretensamente aplicada no enfrentamento do Coronavírus, pouco ou nada
tinha de científica...
O mais lamentável é
que essa é uma ciência nova,
flexível, moldável. Varia ao sabor dos ventos e dos interesses. A regra
científica que vale hoje, na semana que vem já perdeu a validade.
Não sou infectologista, virologista ou entendido no assunto. Mas não nasci ontem, tenho dentes, dois olhos e dois ouvidos. E,
assim, por não ser tão burro como os governantes gostariam que eu e a grande
maioria da população fosse, acho estranha, muito estranha essa flexibilização
científica.
Primeiro era para ficar em casa a todo o custo. E isso levou
muita gente à falência, ao desespero, ao suicídio. Mas o tempo foi passando e,
junto, as variações científicas. O que
valia numa semana, não valia noutra porque um bando de burocratas ficava
somando números, desenhando gráficos, elaborando planilhas que decretavam o que
se podia fazer nesta ou naquela região. E as coisas preteavam, avermelhavam,
alaranjavam-se, amarelavam.
Quem ia duma cidade a outra nunca sabia ao certo o que iria encontrar, em termos de
restrições, pois cada prefeito tem o superpoder de, ele também, ordenar maior
ou menor restrição.
Mas 2020 é ano de eleição e o Corona sempre soube disso. Assim,
planejou seus ataques mais, desculpem o trocadilho, virulentos, para os meses
iniciais do ano, diminuindo, à medida que se aproxima o dia 15 de novembro.
Pois nessa semana de dois a seis de novembro, não é que, o
Rio Grande do Sul, que chegou a ter, se não estou enganado, em algumas semanas,
todo o território sob bandeira vermelha, agora só tem uma, a de Santa Rosa.
Vírus estranho esse. Tomado dum sentimento cívico
extraordinário. Tanto que, a continuar desse jeito, até o dia 15 de novembro,
pega suas trouxas e vai cantar em outra freguesia.
Acredito, cientificamente, que já está descoberta a vacina
contra o Corona: a mera realização de eleições.
Toda a vez em que os casos aumentarem, a realização dum
simples plebiscito, referendum, eleição para síndico, governador, deputado,
etc., vai fazer com que os casos, miraculosa e cientificamente diminuam ou desapareçam para todo o sempre, amém.
Critérios da Ciência
...
Quanta vergonha devem estar sentindo os verdadeiros
cientistas ao verem a cafajestice usando esse ramo do conhecimento como
justificativa de inescrupulosas politicagens.
Para finalizar, uma pergunta: por que o idoso ou
participante de grupo de risco não é dispensado de votar e é impedido de tantas
outras atividades? Por que não pode frequentar um restaurante, mas pode entrar
em filas, assinar em planilha que muitos outros contaminaram antes, tocar em
botões muitas vezes tocados?
Se o passar álcool gel é tão seguro assim, então que se
volte à normalidade. Basta lavar as mãos ou passar o miraculoso líquido e o
Corona embarca no primeiro avião e volta para a China, donde não deveria ter
saído.
Agora sim, finalizo alertando: preparem-se para a "segunda
onda", que retornará, por critérios
científicos, após as eleições, com endurecimento da liberação de atividades.
E não digam que não avisei.
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