O internauta colabora

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segunda-feira, 9 de novembro de 2020

As Causas do Pedido de Desfiliação do PDT de São Vicente, Feita po Vilsom Barbosa

 

       Por que o Brizolista Vilsom Barbosa Desfiliou-se do PDT de São Vicente doSul

 

       A intenção inicial era calar-me sobre a minha desfiliação, para evitar mal-entendidos quanto aos motivos e eventuais objetivos ou, como diria o Brizola, interésses com a saída do Partido. Mas aí ocorreu  o episódio aquele de Santa Catarina, onde somente faltou juiz, promotor e advogado conseguirem a prisão da moça estuprada.   Aquilo me revoltou tanto, que, envergonhado pela atuação dos ditos operadores da Justiça, quis falar sobre os motivos por que atualmente advogo muito pouco.

       E, ao fazê-lo, busquei esclarecer que a pequena ou quase nula atuação no Forum de São Vicente tem como motivação maior  o meu respeito a princípios éticos dos quais não abdico.

       E não por falta de inscrição na OAB, como insinuaram alguns.

       Só que a argumentação apaixonada contra a decisão vergonhosa de Florianópolis, me levou, irrefletidamente a mencionar a minha desfiliação. Uma vez publicada esta, e como falava apenas num dos motivos, muita gente me aborda, pedindo que refira os demais. O jeito, então, é enumerar os principais e, desde já, aviso que dou o assunto por encerrado.

       Vamos por partes, como dizia o esquartejador:

       Dizer mentirosamente que se tem determinada habilitação profissional é crime de falsidade ideológica.       Portanto, não foi de pouca coisa que me acusaram. Mas, relevemos, supondo que tenham falado apenas por ignorância,  despreparo, desinformação e preguiça. Isso porque  não quiseram se dar ao trabalho de ir ao famoso "Dr. Google" e lançar número de OAB de Vilsom Jair Barbosa. Mesmo relevando, o mínimo de que me chamaram foi de mentiroso e, isto para mim, não é pouco.

       Outro fator a me conduzir à decisão de sair do cenário político vicentense foi o fato de alguém da coligação, não de meu partido, falar que determinada pessoa (e não era o blogueiro) não servia para candidato a vice-prefeito por "muito velho". E o muito velho tem menos idade do que este escrevinhador.

       Agora vejamos: o recém-eleito presidente dos Estados Unidos, país do qual ainda continhuamos colônia, é um velho de 78 anos, o presidente Bolsonaro tem 66 e a grande maioria dos líderes dos povos ditos desenvolvidos é da faixa dos "muito velhos".  Se eles conseguem governar países com economia pujante e povo alerta e  fiscalizador, por que um cidadão vicentense não vai conseguir administrar um pequeno município de 8 mil habitantes só por ter passado a casa dos sessenta?

       Ou seja: preconceito dos brabos.

       Também não sou muito a favor de coligação com o partido que sempre apoiou a ditadura militar (ARENA, agora PP).

       E tenho meus motivos, um deles o fato de que fui impedido de prestar concurso para juiz, quando recém-formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (onde entrei após disputadíssimo vestibular). Isso lá por mil novecentos e oitenta e guaraná de rolha ...

       E sabem por que?

       Exatamente: por minha admiração ao Brizola e defesa do ideário trabalhista. Nada mais do que isso. Nunca fui comunista, petista, etc. Bastou ser simpatizante e admirador dum dos maiores injustiçados políticos do Brasil, o Leonel de Moura Brizola.

       Falando em injustiçados, o outro,  um genial e radical direitista, foi Enéas Carneiro.

       Os demais motivos foram divergências meramente de cunho político, no campo das ideias, jamais tendo a ver com minha amizade, admiração e respeito aos ex-correligionários do PDT. Saio, acredito, deixando amigos e pretendo cultivar essa amizade.

       Mas um partido não é um clube para reunir amigos e, sim, grupo de  pessoas que buscam um determinado objetivo, o bem-comum, obedecendo a um programa e regras pré-estabelecidas.

       Como minhas ideias eram um pouco diferentes da grande maioria dos meus correligionários (por idade, falta de inscrição na OAB, despreparo ou sabe-se lá por que outra causa?) acabei me tornando um cachorro acoando para a Lua, dificilmente sendo levado em consideração.

       Quem tem um pouco de auto-estima e um desconfiômetro funcionando, sabe a hora em que deve pegar o chapéu e sair de mansinho.

       Se sou velho incapaz, mentiroso e minhas ideias não servem para nada, melhor ficar em casa, com meus livros, minhas maratonas, meus voos, minhas fotos, enfim, pensando mais em mim e em aproveitar o pouquíssimo tempo que me resta, porque sou, digamos, entrado em anos ...

       E foi o que fiz.

       E por que pedi o desligamento quando já se iniciara a campanha eleitoral?

       Justamente para que jamais me acusem de ter ficado na moita, esperando ver quem vence e tentar  uma teta para mamar durante  quatro anos. Nunca exerci cargo público e não seria por este expediente excuso que, eventualmente viria a ocupar um.

       Para evitar qualquer suspeita de que saí dum partido porque tenho acerto por baixo dos panos com outro, abro meu voto e me queimo com os dois lados: votarei nulo para prefeito. Nada pessoal contra o Fernando ou contra o Totti, mas quero deixar bem claro que minha decisão não é para buscar interesses pessoais e só me resta esta alternativa.

       Falando em voto, votarei para vereador, mas este voto não abro. Sou amigo de todos e não quero magoar ninguém. E aí está mais uma vantagem de não se estar preso a determinada agremiação: a gente é livre para votar em quem der na telha.

       Esclareço ainda que, enquanto filiado do PDT, sempre votei nos candidatos do partido, mesmo que contra a vontade, como foi o caso do Lasier Martins, que eu sempre dizia que ia nos abandonar  e do Ciro Gomes, que já andou em sete partidos e que está apenas usando do nome e legado que nos deixou o Brizola.

       Saio do PDT de S. Vicente, mas não renego as ideias de Alberto Pasqualini, Getúlio Vargas e Brizola.

       Outra coisa: embora não filiado, continuo simpatizante e, posso, sem maiores compromissos,  prestar colaboração ao trabalhismo, em qualquer nível, seja nacional, estadual ou municipal.

       Também deixo claro que, por minha formação, já que era filiado, sempre respeitei a decisão da maioria. Tanto que assinei a ata de formação da atual coligação, mesmo a contragosto.

       Resumindo: minha decisão, exceto pela insinuação de que me intitulava advogado e não era, de ser velho incapaz para a política local, as outras motivações foram de mera divergência política e no campo das ideias, apenas e felizmente. Nunca por motivos pessoais.

       Assim, como diriam os advogados que tem inscrição (ah, e eu também), esclarecidas as partes, publique-se o presente texto no Blog do Vilsom Barbosa.

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