Para quem não é de São Vicente do Sul, em 12 de março teremos nova eleição para prefeito. O vencedor, o entrevistado, teve a candidatura impugnada e não tomou posse, por determinação da Justiça Eleitoral. Jorge Martins (PTB) já foi prefeito por dois mandatos em São Vicente.
Blog – Antes de falar sobre a próxima
eleição de 12 de março, gostaríamos que falasse sobre a impugnação de sua
candidatura.
Jorge Martins – Quanto à impugnação de minha candidatura, quero deixar
claro, que quem está ainda “sustentando” a impugnação, além do Promotor, é o partido que era situação até o final de
2016. O meu rival é esse partido, que, nas quatro vezes em que disputei, em
três foi vencido por mim. É esse partido que ainda sustenta e leva adiante a
impugnação em Brasília. São fatos que foram iniciados (levantados) pela
oposição, de certa forma me injustiçando. Eu tenho a defesa, os documentos que
mostram como meus advogados se posicionaram, onde fica clara que as provas e
argumentos de impugnação foram muito falhos.
São muito fracas as
denúncias.
Uma delas se deve à
publicação de um jornal, que não chegou a circular na cidade. Esse jornal foi
impresso em 2006, mas não chegou à população. O primeiro exemplar caiu nas mãos
de um opositor, que o levou à promotoria. Eu soube na mesma hora que haveria
denúncia pelo caso. Então eu segurei todos os cinco mil exemplares, que não
chegaram a circular. Eu tenho todos eles até hoje. A Prefeitura gastou três mil
e quinhentos reais com a impressão e eu devolvi sete mil e quinhentos. Devolvi
o dobro e tenho a documentação que prova. Fui injustiçado e condenado porque
disseram que eu obtive proveito político com a distribuição do jornal, distribuição
que não ocorreu.
O outro fato que
está baseando a impugnação, é originado da perseguição que sofri por parte de
um promotor, que, reafirmo e faço questão que o senhor coloque no blog esta
afirmação, trabalhou em cargo de confiança do PP. Como me perseguia, mandou um
assessor atrás de mim, ocasião em que eu e o assessor tivemos um desacerto. Ele,
num primeiro momento me cortou com um estilete. A seguir eu fui atrás dele e
fiz ele pular uma cerca. Mas fui
denunciado como sendo eu o agressor. Este é o fato que está no processo. Mas
quem foi agredido fui eu e fiquei com deficiência num dedo até hoje. Mesmo
assim fui condenado. Acho isto um erro e resultado da perseguição de um
promotor.
Quanto a eventuais
outras denúncias, tenho a dizer que não roubei, não desviei dinheiro público,
não tenho nada que me atinja diretamente. Tenho certeza de que vou reverter
essa situação, ainda.
Blog – Passando para o momento presente, nós temos eleição marcada para 12 de
março. Segundo corre pela cidade, Paulo Flores (Paulinho do Açougue) seria o
candidato duma das correntes políticas. A outra tendência política seria a da
Coligação derrotada na eleição de outubro, que ainda não definiu quem será seu
candidato a prefeito. Com relação ao Paulinho do Açougue, qual será a atitude
do ex-prefeito Jorge Martins?
Jorge Martins – Posso dar 100 % de confirmação de que vou apoiar a
candidatura de Paulo Flores a prefeito, desde que o candidato a vice seja do
PTB. Isso porque se for outro candidato a vice, eu não vou ter a mesma força e
influência junto ao meu eleitorado.
Também acredito que
se houver uma grande frente trabalhista, com todos os demais partidos unidos
contra o PP (Partido Progressista), vamos vencer a eleição com facilidade, se
acontecer como estou falando. Se houver divisão entre os partidos, pode haver
uma vitória da opção política que estava no poder.
Blog – Se porventura o Paulinho não nomeasse o vice do PTB para concorrerem
juntos e surgisse uma terceira opção, o PTB e, especificamente o ex-prefeito
Jorge, apoiaria essa corrente?
Jorge Martins – Não apoiaria. Seria um desgaste político eu apoiar uma
candidatura onde o PTB não participasse. Até pelo fato de eu ser o homem que
ganhou a eleição contra o PP. As pessoas que votaram em mim querem que o PTB
tenha participação na majoritária. Eu não posso decepcionar essas pessoas. E
insisto que, se houver outra ou outras candidaturas, além da do PP, três ou
quatro candidatos, quase certamente a situação (até dezembro de 16) vai
continuar.
Blog – Por que o PTB não apresentou seu candidato a prefeito para a nova
eleição de 12 de março?
Jorge Martins – Quando concorremos e tivemos o apoio integral
do Paulinho Flores, e que fique claro que não é 100 % de apoio do PMDB, ficou
automaticamente compromissado que numa próxima eleição nós o apoiaríamos. Todo
o mundo viu que ele sempre esteve ao nosso lado. Assim, nós jamais iríamos
colocar um candidato a prefeito, sabendo que ele deseja concorrer contando com
o nosso apoio. O PTB tem candidato a prefeito e vice, mas só não apresentou o
cabeça da chapa, porque isso seria uma traição a quem nos apoiou. E relembro
que, se nós não tivermos o candidato a
vice do Paulinho sendo do PTB, ficaremos livres para lançar uma chapa com
prefeito e vice do PTB ou tomarmos o rumo que acharmos melhor.
Blog – Sua mensagem final aos vicentenses.
Jorge Martins – Quero deixar bem claro que vou brigar até a última hora
para assumir como prefeito. Até por uma questão de respeito à população que votou
em mim. Estou gastando o que não tenho, mas quero assumir a administração. Se
até a eleição eu não conseguir reverter a impugnação, podem ter certeza de que
vou regularizar minha situação como candidato e deixo registrado que, desde já,
sou pré-candidato a deputado estadual na eleição do ano que vem. E é por isso que
torço muito pela união dos partidos que representam os trabalhadores, para que
tenhamos a partir de agora, muito mais força. Mais uma vez agradeço a todos os
que estiveram sempre ao meu lado,
trabalhando ou votando. Quero dizer que continuo trabalhando para tomar
posse e, mesmo que haja nova eleição,
vamos vencer essa batalha.
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