O internauta colabora

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segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Ciência e Politicagem

         Como se sabe, tudo evolui com o passar do tempo. Às vezes essa evolução é positiva, acrescentadora e trás consigo o progresso.

         A ciência tem evoluído e transformado o mundo, ainda que essa transformação não traga, obrigatoriamente,  grandes desenvolvimentos ou, pior, em algumas oportunidades faz a humanidade engatar  marcha a ré.

         Por causa da constante melhoria da qualidade de vida que a evolução científica nos permite é que muitos  endeusam essa evolução. Há os que o fazem de forma bem intencionada. Acham que, se a ciência fala, todos devem calar-se e aceitar o dito como lei a ser rigorosamente seguida.

         Mas nem sempre é assim: primeiramente porque nem toda a evolução científica é realmente benéfica. Segundo: mesmo sendo útil, muita gente a usa de forma mal intencionada. Vamos pegar o caso da aviação: se os aviões fossem usados apenas para transporte civil, socorro em catástrofes e tantas outras aplicações benéficas, quantas vidas se teriam poupado nas guerras?       

         Com a Covid-19 houve um endeusamento dos ditames alegadamente  científicos a serem observados, como se estes fossem, realmente, a única saída possível.

         Baseados nisso muitos políticos espertinhos justificaram suas atitudes, que nada tinham de científicas e, muitos menos,  de sérias e bem-intencionadas.

         Em raros casos era realmente a ciência que ditava as decisões. Ou, até seria, mas uma ciência barata, venal, interesseira e de variáveis critérios de acordo com o vento soprante. A ciência do venha a mim o Vosso Reino.

         Se não, vejamos: o tal Dráuzio Varella, médico a serviço duma determinada mídia, inicialmente afirmava que o uso de máscaras era inútil e, até, perigoso. Semanas depois, miraculosamente, a máscara era indispensável, segura, eficiente, eficaz, etc. E, em ambos os casos apresentava alegações, supostamente científicas.

         Aqui no Rio Grande do Sul o piá governador, alardeava aos quatro ventos que todas as medidas tomadas e por tomar era guiadas por critérios rigorosamente científicos.

         E aí, cientificamente enviou caminhões-frigoríficos, para receber os inumeráveis cadáveres de mortos pela Covid-19, em Bagé, quando o surto iniciou-se naquela cidade. Científicamente as carretas ficaram semanas por lá, sem nunca serem usadas, pois as poucas mortes por Covid verificadas na cidade,  surgiram bem depois e abaixo das assustadoras previsões.

         Restou  aos motoristas das carretas voltaram, agora empiricamente, para suas empresas. Claro, depois de estas, faturarem cientificamente um bom troco.

         Ainda seguindo os critérios rigorosamente científicos, o jovem governador contratou empresa para a produção e fornecimento de testes rápidos para detectar o contato humano com o letalíssimo vírus. E, por ser uma decisão científica, a empresa escolhida foi uma agropecuária, parece que de Pelotas, coincidentemente, terra do rapaz governante e do proprietário da agropecuária.

         Fique bem claro que os testes eram para humanos. Fique claro, ainda, que dita agropecuária alterou seu ramo de  atividade,  em contrato ou registro comercial,  apenas quinze dias antes de ser escolhida como a feliz beneficiária duma compra envolvendo grandes somas.

         Parece que depois, cientificamente, para não se ver com a Justiça a agropecuária, agora Laboratório Biomédico desistitiu de tal empreitada e , também obedecendo às normas científicas, evaporou-se, saiu do ar e nunca mais se ouviu falar dela. Ou teria ressurgido, cientificamente alaranjada, com outra razão social?

         O pior é que o desperdício do dinheiro suado do contribuinte,  nem de forma científica, nem empiricamente foi reposto pela irresponsável atitude dos governantes interessados em criar um clima de pavor entre a população.

         E a gente se foi dando conta de que a apregoada e salvadora ciência pretensamente aplicada no enfrentamento do Coronavírus, pouco ou nada tinha de científica...

         O  mais lamentável é que essa é uma ciência nova, flexível, moldável. Varia ao sabor dos ventos e dos interesses. A regra científica que vale hoje, na semana que vem já perdeu a validade.

         Não sou infectologista, virologista ou  entendido no assunto. Mas não nasci ontem,  tenho dentes, dois olhos e dois ouvidos. E, assim, por não ser tão burro como os governantes gostariam que eu e a grande maioria da população fosse, acho estranha, muito estranha essa flexibilização científica.

         Primeiro era para ficar em casa a todo o custo. E isso levou muita gente à falência, ao desespero, ao suicídio. Mas o tempo foi passando e, junto, as variações científicas. O que valia numa semana, não valia noutra porque um bando de burocratas ficava somando números, desenhando gráficos, elaborando planilhas que decretavam o que se podia fazer nesta ou naquela região. E as coisas preteavam, avermelhavam, alaranjavam-se, amarelavam.

         Quem ia duma cidade a outra nunca sabia  ao certo o que iria encontrar, em termos de restrições, pois cada prefeito tem o superpoder de, ele também, ordenar maior ou menor restrição.

         Mas 2020 é ano de eleição e o Corona sempre soube disso. Assim, planejou seus ataques mais, desculpem o trocadilho, virulentos, para os meses iniciais do ano, diminuindo, à medida que se aproxima o dia 15 de novembro.

         Pois nessa semana de dois a seis de novembro, não é que, o Rio Grande do Sul, que chegou a ter, se não estou enganado, em algumas semanas, todo o território sob bandeira vermelha, agora só tem uma, a de Santa Rosa.

         Vírus estranho esse. Tomado dum sentimento cívico extraordinário. Tanto que, a continuar desse jeito, até o dia 15 de novembro, pega suas trouxas e vai cantar em outra freguesia.

         Acredito, cientificamente, que já está descoberta a vacina contra o Corona: a mera realização de eleições.

         Toda a vez em que os casos aumentarem, a realização dum simples plebiscito, referendum, eleição para síndico, governador, deputado, etc., vai fazer com que os casos, miraculosa e cientificamente diminuam ou desapareçam para todo o sempre, amém.

         Critérios da Ciência ...

         Quanta vergonha devem estar sentindo os verdadeiros cientistas ao verem a cafajestice usando esse ramo do conhecimento como justificativa de inescrupulosas politicagens.

         Para finalizar, uma pergunta: por que o idoso ou participante de grupo de risco não é dispensado de votar e é impedido de tantas outras atividades? Por que não pode frequentar um restaurante, mas pode entrar em filas, assinar em planilha que muitos outros contaminaram antes, tocar em botões muitas vezes tocados?

         Se o passar álcool gel é tão seguro assim, então que se volte à normalidade. Basta lavar as mãos ou passar o miraculoso líquido e o Corona embarca no primeiro avião e volta para a China, donde não deveria ter saído.

         Agora sim, finalizo alertando: preparem-se para a "segunda onda", que retornará, por critérios científicos, após as eleições, com endurecimento da liberação de atividades.

         E não digam que não avisei. 

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