O internauta colabora

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quinta-feira, 6 de maio de 2021

O Brasil Tem Jeito - Porto Lucena é Outro Exemplo

        Porto Lucena é um pequeno município do Noroeste do Estado, com cinco mil e poucos habitantes. Apesar de ser uma comunidade pequena, dá um exemplo de boa administração e cidadania.

    

                Como se vê pela reportagem do jornal Plural, de Santa Rosa, município próximo, a cidade de Porto Lucena, felizmente ainda não teve óbito em decorrência da Covid-19.

            Em conversa com o prefeito Jair Wagner, ficamos sabendo que a comunidade colabora, seguindo as orientações de isolamento e higiene, muitos optando pela medicação preventiva. Em caso de contágio,  a grande maioria opta pelo tratamento precoce. 

            Pode ser que o êxito alcançado não seja exclusivamente por estes motivos, mas o fato é que Porto Lucena é um caso raro e merece uma atenção de nossas autoridades. Será que a aplicação dos mesmos critérios em maior escala não pouparia milhares de vidas?

            Outro fato que chamou a atenção do blogueiro foi encontrar o primeiro banheiro de praça que realmente pode ser usado.



Olhando por fora, o usuário já tem uma ideia do cuidado com a higiene.


Piso e paredes impecáveis.


Pia, mictório, realmente limpos. Sabonete líquido e papel-toalha ... Onde se encontra isso em banheiro de praça no Brasil?


O vaso corresponde aos demais itens.

O papel higiênico é reposto  e ninguém rouba. 

            Esta última viagem, se não foi assim uma Brastemp, em termos de vendas, pelo menos trouxe a este blogueiro uma certa esperança e reforça a crença de que o Brasil ainda é um país viável. 

        Parabéns a estas duas comunidades da região Noroeste/Missões e os votos de seguimento neste caminho de união e cidadania.

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terça-feira, 4 de maio de 2021

Mato Queimado - Exemplo a Seguir - Atualização

                Como se sabe, se não sabem, esclareço agora, o blogueiro-escrevinhador trabalha com fotos aéreas e vive viajando pelos quatro cantos do Rio Grande.

         Nestas viagens vê de tudo um pouco. Coisas boas, mais ou menos, ruins e péssimas. Mas, paras espairecer um pouco do fantasma da Covid-19, hoje vamos falar de coisa boa.

         O motorista de teco-teco,  de drone e de carro  andou trabalhando na região das Missões, onde, para muitos, surpreendentemente, não existe apenas pelo-duro. Há um grande colônia alemã, polonesa e em menor tamanho, de gringos ou italianos para os que não gostam de ser chamados de gringos ...

         Pois  tenho falado há muito tempo sobre um pequeno município, Mato Queimado, perto de Cerro Largo e S. Luiz Gonzaga.

         Prestem atenção nos dados da Wikipedia:

Mato Queimado é um município brasileiro do estado do Rio Grande do Sul. Sua população estimada em 2018 foi de 1.665 habitantes. Na região fala-se o ...

PIB per capita (IBGE/2008): R$ 12 959,74

Fundação: 16 de abril de 1996 (24 anos)

Clima: subtropical úmido

Municípios limítrofes: Cerro Largo, ‎Guarani das ...

 

         Captaram? Tem apenas 24 anos de emancipação. Agora olhem a sede da Prefeitura Municipal:

                

                Quase igual à nossa sede administrativa, não é mesmo?

         É, mas tem apenas mil e seiscentos habitantes. Assim, sobra dinheiro para construir. Pois é, mas a renda per capita mensal é de apenas mil e setenta e nove reais.

         Ou as estatísticas estão muito erradas ou tem alguma coisa que não se consegue captar.

         Ah, ia esquecendo: sabem como são as estradas municipais, na zona rural?

         Podem ir sentando porque não vão acreditar: algumas são asfaltadas, muitas são calçadas - pedra irregular, mas calçamento e umas poucas são de terra batida. Só que a terra é muito bem batida, pois as estradinhas chegam a ser perigosas, uma vez que convidam a gente a acelerar, porque os buracos fugiram da região e o piso é até melhor do que as estradas calçadas, com a única desvantagem de fazerem poeira ...


                     

Estamos nas "Oropa" nos "Estados Unido"?

                             Inacreditável: estrada rural construída pelo município, com recursos municipais, segundo consta.


                              Se não dá para asfaltar, se faz calçamento ...  Igual à grande maioria dos municípios brasileiros ... 

                   Claro que este milagre deixou o blogueiro intrigado e fui pedir a receita ao prefeito, Joaquim Bourscheidt.


                    "A receita é muito simples:  não temos que, para conseguir votos, entupir a prefeitura com cargos desnecessários. Temos apenas pessoal suficiente para atender bem à população."

                E prosseguiu:

                 "Nossa folha de pagamentos não ultrapassa os 35 % do orçamento. Outros 50% vão para a Educação, saúde, segurança, etc. Então sobram 15%  e é   com esses quinze por cento que conseguimos executar as obras e melhorias que todo o mundo crê que são feitas por milagre ... 

            "As obras são, quase na totalidade, feitas sem verbas de emenda parlamentar, pois como somos menos de 2.000 habitantes, poucos deputados lembram-se de nós. Destinam suas emendas para locais onde há mais retorno eleitoral."

             No dia em que andava lá, vi uma coisa estranha: um carro com alto-falante convocando a população para, voluntariamente, agir como fiscal da vigilância sanitária e fazer um mutirão de combate à Covid-19? Não, de combate à dengue.

         Claro que estão tomando todas as precauções quanto à Covid, mas esta é uma administração municipal que continua preocupada com os outros problemas de saúde, que não desapareceram, como quer fazer crer a grande mídia.

         Mas que barbaridade, também ia esquecendo dum detalhezinho: sabem quantas pessoas já morreram, se feriram ou foram presas por brigas em razão das disputas eleitorais?

         Claro que nenhuma e sabem por que?

         Porque lá simplesmente não existe briga política. A comunidade se une e desde que o município emancipou-se, na década de 90, nunca houve dois candidatos a prefeito. Sempre candidatura de consenso.

         Não sei se para a Câmara há briga como em certos municípios nossos conhecidos, mas acredito que não cheguem nem perto do radicalismo de nossas progressistas e civilizadas disputas eleitorais ...

         Como se vê, um pequeno município, cuja base da economia é o minifúndio dá de 50 a 0 em outros de grande produção, elevada renda per capita e muito maior orçamento. Peguemos, por exemplo,  outro município missioneiro, Tupanciretã: o maior produtor de soja do RS, renda per capita que é o dobro de Mato Queimado, tem estradas municipais capazes de demolir um carro ou caminhão em pouco tempo e nenhuma delas, que se saiba, calçada ou, ainda menos, asfaltada ...

         Realmente, nem tudo está perdido: basta haver união, seriedade, esforço comum e trabalho.