O internauta colabora

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sábado, 16 de dezembro de 2017

São Vicente do Sul - 16 de dezembro de 2017 - sábado

Tempo
    Assim anoiteceu ontem.
   Continua a preocupação com o repetir-se do Sol e céu avermelhado. Isso é sinal de estiagem. Vamos esperar que outros fatores alterem a lógica desse andar da carreta. Continuando assim, assim as melancias não se vão acomodar.
   Quanto ao amanhecer, o Sol nasceu deste jeito.
   

   Às seis e meia da manhã, 18º, sem vento, perspectiva de dia abafado. Devemos chegar aos 37º à tarde. Amanhã, domingo, Sol, com muitas nuvens e pancadas esparsas.

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Principais Manchetes

Informação da Gaúcha de Santa Maria:


Balneário do Umbu está com águas impróprias para banho, de acordo com a FEPAM
   Foto de Vilsom Barbosa



Grêmio enfrenta o Real Madrid em busca do bi Mundial

Maradona aposta no Grêmio contra o Real Madrid


Em operação em todo o país, 13 são presos em Santa Maria e Tupanciretã

quevedos


Notícia da Rádio Gaúcha SM:

* Fabiano de Almeida Ribeiro, ex-presidiário que cumprira pena na Penitenciária Estadual de Santa Maria, morreu atropelado por um trem, em local próximo ao estabelecimento, quando caminhava junto aos trilhos, no início da madrugada deste sábado.



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Opinião


Desmistificando o Tiririca

   Confesso que num primeiro momento defendi o deputado Tiririca, como um exemplo a ser seguido.
   Até certo ponto tinha razão.
   Acontece que comecei a ver comentários e postagens sobre o assunto, que estão me fazendo mudar um pouco de opinião.
  Que ele nunca faltou a uma sessão,  parece que é verdade. Que ele não se envolveu em maracutaias e falcatruas, também parece verdade.
   Pergunto eu:
   E daí?
   Por acaso não somos, nós os brasileiros, trabalhadores, cidadão comuns, também honestos e pontuais?
   O que ele fez ou é nada tem de especial. Pode parecer grande coisa, se compararm
os o dito  com a turminha da Câmara Federal.
   De que adianta ser pontual, ser honesto e, como ele mesmo admitiu, fazer muito pouco. Mencionou a aprovação de apenas um projeto em todos esses sete anos. Talvez a culpa esteja nos seus coleguinhas, que o boicotaram por não haver entrado no esquema. Mas será que foi só isso. Será que não faltou preparo, conhecimento, experiência?
   Não aprovar mais do que um projeto em sete anos, ainda vá, mas ocupar a tribuna apenas uma vez, em todo esse tempo ... E para cumprimentar e despedir-se sem se despedir ...
   Será que não saiu de imediato, no próprio dia do tal discurso, porque está esperando completarem-se os oito anos para pegar a tal aposentadoria proporcional?
   Será verdade que só tem direito a esse benefício quem tenha, ao menos uma vez ocupado a tribuna, por isso o  discurso?
   Muito estranha essa intervenção fora de hora. Ou seria muito dentro da hora?
   Nesse seu discurso,  falou de suas desilusões, frustrações, etc. Condenou sem grandes veemências o sistema, mas assumiu o compromisso de, após sua saída, não falar mal de ninguém. Por que essa generosidade com os que, segundo ele, não pensam no bem público, mas apenas no  bem pessoal?
   Não seria por que deseja contar com eles para a sua aposentadoria?
   Também parece que deixou um baita furo, ao referir que todos os deputados têm planos de saúde, enquanto a população não sai do falido SUS. E acha isso muito errado. 
   Por aí se vê que não poderia ser um bom advogado: usar um argumento aqui, que logo ali vai ser usado contra si mesmo.
   Citou, então, o exemplo de sua mãe, cidadã comum, que adoeceu e teve que ser atendida no famigerado sistema público. Segundo ele, excepcionalmente, foi bem atendida, o que normalmente não ocorre com os  milhões de brasileiros.
   Convenhamos, que filho é esse? O mesmo que confessa que um deputado ganha muito, ganha demais para o pouco que faz. Sabendo que a mãe era refém do sistema público de saúde, mesmo somando ao salário de deputado o que fatura em seus shows, não fazer um plano para ela?
   E em diversas oportunidades sempre falou que a ama muito, etc.
   Como seria se a amasse pouco? ...
   As entrevistas que deu foram num condomínio de luxo. Nada contra: ganha bem, que desfrute. Mas não gastar uns míseros reais com o plano de saúde da própria mãe ...
   O próprio  confessou várias vezes que se lançou candidato apenas para reerguer a carreira de palhaço, que andava mal das pernas.
   Conseguiu. Virou deputado mais votado e palhaço requisitado.
   Ainda  assim  deixou a sua “querida mãezinha” sem um plano de saúde.
  Que tipo de carácter tem um homem assim?
   Não votaria nele mesmo que eu fosse paulista. Depois dessas, mesmo que ele viesse a candidatar-se  pelo Rio Grande do Sul, continuaria não votando. Até porque meu voto é em pessoas que considero melhor preparadas do que eu.
   Aliás, acho que voto tem que ser dado por competência, preparo, habilidade.
   Honestidade e trabalho pontual é o mínimo que se deve esperar dum homem público ou não. 
   É de sentir vergonha: morar num país em onde um palhaço, que mal e mal sabe ler e escrever,  eleja-se por duas vezes como o mais votado, apenas porque é ou achamos que é honesto e comparece religiosamente às sessões de terças a quintas e folga de segunda a sexta.
   A votar assim, prefiro anular meu voto ou votar em branco.

   São duas alternativas em que penso com muito carinho para as próximas eleições.
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Utilidade Pública
    Segundo informa José Cogo Carvalho (Gordo), da Funerária São Vicente,  até 17  h de sexta-feira, não tivemos falecimentos durante esta semana.
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Polícia
    Não conseguimos contato com a Brigada Militar de SVS e de STG, mas tudo indica que não houve ocorrência de destaque durante a sexta.
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Curiosidade Sobre São Vicente do Sul

   A região do atual município de São Vicente do Sul era um antigo aldeamento de índios guaranis. Tem suas origens no ano de 1632, com a chegada dos jesuítas espanhóis, sob o comando do padre Cristóvão de Mendoza, responsáveis por erguer a Redução de São José, que chegou a abrigar mais de 5 800 habitantes, sendo a maior parte de índios convertidos ao cristianismo.
Fonte: Wikipedia
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"Recuerdos" de um Piloto
   Sábado é dia duma edição mais descontraída. Desta vez vou lhes contar uma das tantas que todo o piloto apronta ou enfrenta.
   Obs: A grafia é anterior à última de tantas reformas ortográficas.

                    A Primeira Experiência

                                           A tal experiência foi num avião assim.


                   Já era piloto privado, com muitas horas de vôo, bastante convívio com aeronaves e aeroclubes, por causa do trabalho com fotos aéreas, mas em matéria de ultraleve, era um analfabeto de pai e mãe.

                   Andava por Novo Hamburgo, tentando vender minhas fotos  para algumas empresas da região e, como todo apaixonado por vôo, sempre que possível, dava uma bisbilhotada no céu. E o que vejo? Um inseto voador todo diferente, biplano, aberto, voando no circuito de tráfego do Aeroclube de São Leopoldo, meu ninho de “águia”(1), mas não tão “águia”, assim ...

                   Que vender foto, que nada. Parei tudo e me mandei para lá, a fim de conhecer o “aparelho”, como dizia o saudoso Ivan Azambuja.

                   Ao chegar, vejo alguém levando uma surra da aeronave, pois não conseguia pousar. Todo o mundo no maior pavor, porque já era a segunda tentativa e o “comandante” comia toda a pista flutuando e nada de tocar. A gurizada fazendo sinal para que cedesse o manche,(2) mas o dito, por cacoete de instrutor no Aeroclube, insistia em chamar mais ainda(3), só que o avião não entrava no famoso “estol controlado ao nível de  toque”.

                   E lá se foi para mais uma arremetida(4).

                   Enquanto fazia novo circuito de tráfego, fui especular o que estava acontecendo. “É que o Cel. Albrecht trouxe o May (nome do ultraleve), para demonstração e os instrutores e pilotos de mais experiência estão fazendo um “test drive” - foi o que me disseram.

-         E quem autoriza ou escolhe os que podem voar? – perguntei.

-         Ah, isto é com o Marcos.

                   Era ele o instrutor-chefe à época.

-         Marcos, põe meu nome aí na lista, que eu quero voar.

                   - Nem pensar – foi a resposta categórica.
                   - Como “nem pensar”, se tenho muito mais horas de vôo do que qualquer um desses instrutores aí. Se eles conseguem, por que é que eu não vou conseguir?

                   - Tu não tás vendo que o cara não consegue pousar? Para tu teres uma idéia, até eu não vou voar – complementou – como se isso fosse um argumento definitivo.

                   Retruquei:

                   - Tu não voas porque é cagão. Mas eu não sou. Marcos, em nome de nossa amizade e do monte de horas que ganhaste nas navegações pagas por mim, fala com o Albrecht e diz que eu tenho condições de fazer um circuitozinho.

-         Tá bom, mas algo me diz que tô buscando encrenca.

                   Falou com o homem e ele autorizou minha humilde pessoa a voar.

                   Passou-se então ao ‘briefing”(5). Acho que o mais curto que já fiz até agora, tanto que dezesseis  anos depois ainda lembro perfeitamente de todo ele:

                   - Dá-lhe manete(6), chama com setenta(7), sobe a setenta, cruza(8) a noventa e pousa a setenta. Não esquece que o freio é na mão, para as duas rodas e que esse avião flutua muito. Para tocar na pista tens que ceder o manche. Podes decolar daqui da intersecção, mesmo, que não há necessidade de aproveitar toda a pista, que ele sobe que é um louco.

                   Falou isso enquanto ajustava os pedais, que ficavam muito longe, para as pernas curtas do baixinho aqui.

                   Assim, me fui, todo cheio de razão, achando que já era um ás(9).

                   Pelo pouco que andei no solo – somente a distância entre o pátio e a intersecção(10) - não tive tempo para maiores avaliações. Chegando à pista, alinhei e dei-lhe manete.

                   E aí a coisa encrespou de vez. Eu, que era acostumado com aviões lentos, que aceleravam devagar, tipo Paulistinha, Piper 140, Tupi, quando me dou por mim, estou grudado no encosto por causa do torque, vendo o velocímetro disparar, no maior pavor (controlado), que decido abortar a decolagem, pôr o rabo no meio das pernas e admitir que ainda não estava pronto para aquele tipo de vôo. Só que a potência do motor, combinada com a leveza do avião, combustível no mínimo de segurança e o pouco peso do piloto magrela, andaram mais rápido do que o neurônio em funcionamento naquele dia.

                   A decisão de abortagem já me pegou no ar.

                   Então me bateu uma repentina vontade de visitar clientes, oferecer fotos, mesmo aos mal-educados, aos unhas-de-fome, qualquer espécie de gente ruim, desde que estivessem conversando comigo no solo.

                   Como falei, o pavor era controlado. Se um problema não tem solução, solucionado está.

                   “Se quero rever a Ju e o resto da família tenho que me manter voando”, pensei enquanto cravava os olhos no velocímetro, seguindo as instruções do longo “briefing”: sobe a setenta milhas.

                   Mas tinha um sério problema: a setenta milhas, a impressão que tinha era de que estava subindo na vertical e que a qualquer momento iria entrar num estol(11) de badalo, ou coisa parecida. “Se tiro o motor para diminuir o ângulo de subida sei lá que atitude ele pode tomar. Vou fazer o seguinte: mantenho a aceleração e subo num ângulo mais suave.”

                   E lá me fui, subindo a noventa milhas, que era só o risco e o fedor. Completada a subida reduzi a manete, para manter as noventa de cruzeiro.

                   Aí tive uma folguinha para olhar para baixo e quase me borrei todo: estava montado num banquinho mais estreito do que meu sentante, o que  dava a sensação de estar pendurado num par de asas veloz e sensível, nada tendo que passasse por baixo do meu corpo. De novo o pavor controlado ...

                   Mas aí já eram horas das manobras de pouso. Reduzo um pouco a velocidade, mas não para os setenta, giro a base, pego a final(12) e, como estava um pouco mais veloz do que o aconselhado, o ângulo de descida foi maior e permitiu que estivesse em altitude quase de toque bem no início da pista.

                   Se entrando a setenta o avião flutuava toda a pista, imaginem a oitenta ...

                   Só que eles “não contavam com minha astúcia”. É claro que eu não iria bancar o bocó de ficar chamando o avião para tentar um toque convencional e comer toda a pista, tendo que me submeter a todo aquele pavor de novo, se fosse necessária uma nova arremetida. “Ele falou que tem que ceder o manche do contrário o avião não pousa.” Dei uma olhada para baixo e vi o pneu do trem  a mais de um metro do solo. “Tô alto. Dá para ceder bastante”.

                   E cedi.

                   Mas a cedida foi uma espetada(13).

                   Para quem olhava à distância, pilonagem(14) certa.

                   O Albrecht contava o avião perdido, o instrutor-chefe já se via expulso do aeroclube por haver autorizado a experiência.

                   Repito: “não contavam com minha astúcia”.

                   Quando vi o trem quase tocando, arredondei(15) e toquei “manteiguinha”, de acordo com “todos os meus movimentos friamente calculados”.

                   E alguém acreditou que eu fizera aquilo de  forma consciente e sob controle?

                   Cheguei ao estacionamento achando que mereceria cumprimentos pelo curtíssimo pouso. O que recebi foi uma baita mijada:

                   - Barbosa, se tu queres te matar, escolhe outro jeito, não o Aeroclube. Como é que tu me dás uma espetada a tão baixa altura? Tiveste muita sorte!

                   - Ué, vocês não disseram que tinha que ceder o manche. Eu cedi.

                   Não sei porque, de repente apareceu um problema no “aparelho” e ninguém mais voou naquele dia....

                   Eu, no entanto, voltei para casa todo bobo. Entrara pela primeira vez num ultraleve, não fizera duplo algum nem em aeronave levemente semelhante, não “quebrara a garça”, pousara manteiga e ainda dera um cagaço na rapaziada.

                   Sentia-me um verdadeiro ás.

                   Ou seria asno?...

                   Respostas nos comentários
Glossário
1 - Águia - piloto muito bom, experiente.
2 - ceder o manche - operação onde o piloto "facilita" a descida do avião com cuidado, deixando que o manche (comando de inclinação das asas, descida e subida) vá um pouco à frente.
3 - chamar mais ainda - contrário de ceder o manche. Puxar o bastão para trás, para erguer o nariz do avião.
4 - arremetida - quando não se consegue condições ideais de pouso, faz-se esta operação. Difere da decolagem, onde o avião está parado e começa a corrida em contato estático com o solo.
5 - briefing - conversa entre o instrutor ou piloto mais experiente, que dá as dicas ao aluno, novato ou quem nunca voou naquele tipo de avião.
6 - manete - acelerador do avião. Pequena alavanca. Difere do comando do carro, pois permanece na posição até onde foi levada. Dar manete é empurrar a alavanquinha com vontade, suavemente, até o fundo.
7 - chama com setenta - puxar o bastão do manche para trás, para que o avião perca contato com o solo. Setenta - setenta milhas.
8 - cruza - voa nivelado, sem variação de atitude do avião; voo em cruzeiro.
9 - ás - o mesmo que águia.
10 - intersecção - encontro da pista com algum acesso para outros pontos.
11 - estol de badalo - perda de sustentação violenta.
12 - giro a base, pego a final - girar a base é dobrar a noventa graus em relação à perna do vento, que é paralela com a pista; pegar a final é levar o avião ao alinhamento com o eixo da pista.
13 - espetada - levar o manche à frente de forma brusca fazendo com que o nariz do avião baixe muito rápido. Em princípio é manobra expressamente proibida a baixa altura, a não ser em circunstâncias especiais.
14 - pilonagem - capotar o avião para a frente. Dificilmente capota para os lados, por causa das asas.
15 - arredondei - interrompi a descida, puxando o manche para trás.
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Humor
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Final da postagem deste sábado. 



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